Proficiência:
Livro Urbano
Livro Urbano
Pintados sobre pilastras de concreto do Viaduto do Caju, às portas do Rio de Janeiro, os escritos murais do Profeta Gentileza formam um autêntico Livro Urbano, aberto à toda cidade.
Numa extensão de um quilômetro e meio, alinhados em seqüência, 56 escritos testemunham, para a população, a mensagem de um profeta inscrito no mundo contemporâneo. Essa obra, iniciada em meados dos anos 80 e concluída no início dos 90, representa a própria maturidade do relato do Profeta.
Gentileza estudou o local e escolheu previamente os temas de cada pilastra. Os escritos não estão localizados aleatoriamente, nem, tampouco, as pilastras figuram apenas como suporte para estes.
O Livro Urbano de Gentileza, como entendemos, se inscreve naquele local, demarcando um grande território. Num extremo, configurando uma região desse território situa-se a Rodoviária Novo Rio, lugar natural de chegada na cidade e onde se inicia a numeração dos seus escritos; no outro, nas imediações do Cemitério do Caju, configurando outra região, o Profeta se valeu da disposição das pilastras para criar um autêntico portal de chegada ao Rio de Janeiro.
A pilastra numero 1, VVVERDE e VIDA BEM VINDO AO RIO, situa-se no entroncamento das avenidas Francisco Bicalho e Rodrigues Alves. Essa pilastra foi assim numerada, não por ser a primeira de uma seqüência em fila, mas por situar-se, exatamente, num ponto (nó) para onde os olhares convergem no extremo de chegada próximo à Rodoviária. No outro extremo, sobre a pilastra 55, Gentileza escreve - MEUS FILHOS NOSSA CABEÇA NOSSO MESTRE O e MUNDO e UMA ESCOLA AMORRR - marcando outro início de seu território/livro.
O teor desse Livro feito sobre concreto, e o fato deste marcar os primeiros ensinamentos que as pessoas deveriam adquirir e guardar, nos trazem também a idéia de uma cartilha. Gentileza criou, com sua mensagem, uma cartilha dos preceitos básicos de sua filosofia popular, de sua religiosidade e visão de mundo. O conteúdo básico de sua pregação se encontra ali decalcado sobre as pilastras do viaduto, tábuas de seus ensinamentos. Seguindo a pilastra 55, o transeunte se depara com a escolha primeira do ensinamento ético do Profeta: ou GENTILEZA ou FAVOR, ou agradecimento (AGRADECIDO) ou obrigação (OBRIGADO). É este o conteúdo das pilastras 54, 51, 49, 48, 47 e 46. O caráter territorial da obra do profeta ganha aqui toda ênfase: os temas da Gentileza e do Favor, do Agradecido e do Obrigado são lançados em pilastras que sustentam, de cada lado, os pórticos de entrada deste território. A escolha implica em libertar-se na adesão à gentileza e ao agradecimento ou em escravizar-se no favor e na obrigação, vínculos do CAPETA CAPITAL.
O final dos anos oitenta e início dos noventa marcaram a consagração da obra de Gentileza. Seus escritos, ali colocados, criavam percepções e perguntas: quem os teria feito e por quê? Outra parte da população, que transitava diariamente pelo Caju, acostumou-se a ver Gentileza trabalhando sozinho, diariamente, sobre uma escada apoiada à pilastra.
Gentileza estabeleceu um vínculo afetivo com toda aquela região, entre o Caju e a Rodoviária. Esses laços estenderam-se, também, às pessoas que lhe acenavam e o reconheciam como um símbolo de abnegação e generosidade.
Concluída a obra, o alcance da sua inscrição territorial sobre a cidade, torna-se impressionante. Como slides diurnos, seus escritos passam a constituir a maior manifestação de arte mural pública de caráter espontâneo no Rio de Janeiro. Sua nova atitude - de escriba da cidade - reaviva sua figura lendária e mitológica.
Os escritos do Caju representam a obstinação e o desejo de um Profeta em fazer perenizar o seu verbo. A solução, por ele encontrada, mostra a agudeza de seu senso estético. Pilastras de sustentação de um viaduto, aparecem-lhe como tábuas de ensinamentos na cidade. Esta apropriação da paisagem, levada adiante nos seus escritos, marca, profundamente, uma mudança na apreensão da imagem daquele local. A partir de sua intervenção, seu Livro Urbano torna-se a própria referência daquele território da cidade.
Numa extensão de um quilômetro e meio, alinhados em seqüência, 56 escritos testemunham, para a população, a mensagem de um profeta inscrito no mundo contemporâneo. Essa obra, iniciada em meados dos anos 80 e concluída no início dos 90, representa a própria maturidade do relato do Profeta.
Gentileza estudou o local e escolheu previamente os temas de cada pilastra. Os escritos não estão localizados aleatoriamente, nem, tampouco, as pilastras figuram apenas como suporte para estes.
O Livro Urbano de Gentileza, como entendemos, se inscreve naquele local, demarcando um grande território. Num extremo, configurando uma região desse território situa-se a Rodoviária Novo Rio, lugar natural de chegada na cidade e onde se inicia a numeração dos seus escritos; no outro, nas imediações do Cemitério do Caju, configurando outra região, o Profeta se valeu da disposição das pilastras para criar um autêntico portal de chegada ao Rio de Janeiro.
A pilastra numero 1, VVVERDE e VIDA BEM VINDO AO RIO, situa-se no entroncamento das avenidas Francisco Bicalho e Rodrigues Alves. Essa pilastra foi assim numerada, não por ser a primeira de uma seqüência em fila, mas por situar-se, exatamente, num ponto (nó) para onde os olhares convergem no extremo de chegada próximo à Rodoviária. No outro extremo, sobre a pilastra 55, Gentileza escreve - MEUS FILHOS NOSSA CABEÇA NOSSO MESTRE O e MUNDO e UMA ESCOLA AMORRR - marcando outro início de seu território/livro.
O teor desse Livro feito sobre concreto, e o fato deste marcar os primeiros ensinamentos que as pessoas deveriam adquirir e guardar, nos trazem também a idéia de uma cartilha. Gentileza criou, com sua mensagem, uma cartilha dos preceitos básicos de sua filosofia popular, de sua religiosidade e visão de mundo. O conteúdo básico de sua pregação se encontra ali decalcado sobre as pilastras do viaduto, tábuas de seus ensinamentos. Seguindo a pilastra 55, o transeunte se depara com a escolha primeira do ensinamento ético do Profeta: ou GENTILEZA ou FAVOR, ou agradecimento (AGRADECIDO) ou obrigação (OBRIGADO). É este o conteúdo das pilastras 54, 51, 49, 48, 47 e 46. O caráter territorial da obra do profeta ganha aqui toda ênfase: os temas da Gentileza e do Favor, do Agradecido e do Obrigado são lançados em pilastras que sustentam, de cada lado, os pórticos de entrada deste território. A escolha implica em libertar-se na adesão à gentileza e ao agradecimento ou em escravizar-se no favor e na obrigação, vínculos do CAPETA CAPITAL.
O final dos anos oitenta e início dos noventa marcaram a consagração da obra de Gentileza. Seus escritos, ali colocados, criavam percepções e perguntas: quem os teria feito e por quê? Outra parte da população, que transitava diariamente pelo Caju, acostumou-se a ver Gentileza trabalhando sozinho, diariamente, sobre uma escada apoiada à pilastra.
Gentileza estabeleceu um vínculo afetivo com toda aquela região, entre o Caju e a Rodoviária. Esses laços estenderam-se, também, às pessoas que lhe acenavam e o reconheciam como um símbolo de abnegação e generosidade.
Concluída a obra, o alcance da sua inscrição territorial sobre a cidade, torna-se impressionante. Como slides diurnos, seus escritos passam a constituir a maior manifestação de arte mural pública de caráter espontâneo no Rio de Janeiro. Sua nova atitude - de escriba da cidade - reaviva sua figura lendária e mitológica.
Os escritos do Caju representam a obstinação e o desejo de um Profeta em fazer perenizar o seu verbo. A solução, por ele encontrada, mostra a agudeza de seu senso estético. Pilastras de sustentação de um viaduto, aparecem-lhe como tábuas de ensinamentos na cidade. Esta apropriação da paisagem, levada adiante nos seus escritos, marca, profundamente, uma mudança na apreensão da imagem daquele local. A partir de sua intervenção, seu Livro Urbano torna-se a própria referência daquele território da cidade.
Fonte: "Brasil Tempo de Gentileza" - Leonardo Guelman
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